sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O FIM DOS CD'S?

Oitocentos e dezessete centímetros quadrados é o espaço de trabalho que o designer das capas de LPs, os antigos bolachões, perdeu quando os discos de vinil foram substituídos pelos CDs. O trabalho artístico desenvolvido por esses designers começou, aqui no Brasil, em 1951 quando Paulo Brèves desenhou a primeira capa de LP. Esses artistas dispunham de um espaço de 31 x 31 cm nas capas dos bolachões para demonstrar sua arte. Os discos de vinil conservavam a identidade do álbum musical. A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990 com a invenção dos compact discs esse espaço diminuiu para 12 x 12 cm. Com a digitalização da música e o crescimento constante da pirataria pode-se visualizar o fim desse trabalho artístico.
Para a estudante de produção musical Mariah Messias, é importante que haja consciência no ato da compra de um cd, pois não é só a qualidade do áudio que influencia. “Eu não quero contribuir para esse mercado negro, a renda arrecadada com esse dinheiro, não se sabe ao certo para onde vai, parte dela pode ir até para o tráfico” afirma.
Cada vez mais, o mundo contemporâneo direciona-se para a convergência de novas tecnologias. Hoje em dia os jovens preferem baixar músicas, e até cd’s inteiros, pela Internet. Com a mudança no formato no qual se vende música, altera-se também a forma como consumir, pode-se interessar mais por canções isoladas do que por um conjunto de canções que foram lançadas em um mesmo álbum. Na época do disco de vinil quem quisesse comprar uma só faixa de um determinado artista levaria para casa o disco todo.
“Tenho a praticidade de gravar em minha casa, e ainda assim, escolher as músicas que mais gosto”, afirma a estudante Jane Oliveira, 22 anos.
De acordo com o sociólogo Jefferson Barcellos, esse processo veio para tornar o fluxo de informações mais rápido. “Acredito que as duas vertentes que ganharam maior visibilidade foram a indústria da fotografia e a musical”, diz.
Segundo estudos e pesquisas as vendas de música on-line estão cada vez maiores, ao contrário dos cds.
As gravadoras independentes já embarcaram na música on-line e podem lançar artistas novos sem muito risco.
Um CD tem um custo alto para ser fabricado, distribuído e estocado, o que não ocorre com as músicas para downloads.
Para Jefferson, o principal motivo que faz com que o jovem deixe de comprar cd é cultural mais até do que o econômico. A rede os abastece com a música de maneira gratuita.
Segundo a revista Forbes publicou um estudo que mostra uma previsão de queda de 18% nas vendas de CDs até o fim do ano e mais 20% até o fim de 2008. As vendas de música para download, por outro lado, vão aumentar em até 28% nos próximos meses.
Para o produtor musical do Instituto da Música, Marcio Cintra, o mundo fonográfico entrou em crise devido à comercialização da distribuição digital. Hoje as grandes gravadoras já vendem bilhões de dólares através de sistema de download como o itune da apple”, conta.
Com a era da digitalização e as facilidades que a modernidade oferece, a tendência que os produtos de consumo seja apresentado ao consumidor, como forma de facilitar.

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