segunda-feira, 25 de junho de 2007

Educação vem do berço

A resposta é clara e nítida de que foram os tempos em que os pais falavam e os filhos obedeciam. É evidente que as mudanças de comportamento transformaram a sociedade.Os pais vivem na procura do equilíbrio de como limitar os filhos.
No cotidiano é possível observar algumas situações em que as crianças chutam os pais, beliscam, gritam, choram e até mesmo fazem objetos voar, os pais ficam envergonhados, porém muitas vezes não sabem qual medida devem tomar em locais públicos.
O problema talvez esteja na mania que os pais tem de realizar todos os desejos dos filhos. O melhor caminho é acompanhá-los no crescimento, ajudando a reconhecer a diferença entre um local e outro e que aprendam como se comportar, sentir-se mais confortável mover-se com desenvoltura do que se for um mal educado típico.
Por vezes, os pais sentem que é mais cômodo deixar o filho comportar-se como quiser, do que se sentar várias vezes para ensinar boas maneiras. Saber dizer um “não” com equilíbrio e firmeza é necessário para uma educação saudável e promissora.

Educação alimentar: desafio dos pais

A necessidade de uma alimentação balanceada é essencial à saúde. Porém este balanceamento depende da ingestão diária de frutas, verduras, legumes e hortaliças, equilibrando também o consumo de laticínios, carnes, açúcares e carboidratos. Ao contrário do que muita gente pensa, para uma boa alimentação, não é preciso excluir carnes vermelhas, açúcar ou mesmo gorduras, mas é necessário evitar excessos para evitar doenças ou distúrbios como: excesso de colesterol, pressão alta, hipotiroidismo e obesidade.
Pesquisam apontam o crescimento de crianças e jovens com peso acima do normal ou obesos. Devido este crescimento a Secretaria Educação do Estado de São Paulo implantou algumas medidas nas escolas para controlar os produtos vendidos nas cantinas. O jovem precisa entender o valor nutricional de cada alimento, não adianta proibir grupos de alimentos, o método mais eficaz é aliar alimentos saudáveis à educação alimentar, para que os estudantes se conscientizem das melhores escolhas.
Após decreto de 24 de março de 2005, cabe à Associação de pais e mestres definir, como deve ser o serviço nas cantinas.
Cinco medidas foram identificadas como principais durante pesquisa; ações educativas e informações sobre a importância da moderação no consumo de açúcares, gordura e sal; estimular a substituição de refrigerantes por sucos, bebidas lácteas ou à base de extratos ou fermentação (soja, leite, etc); substituição de frituras por salgados e doces assados, evitar a venda de balas, chicletes e salgadinhos industrializados; vendas de barras de chocolate (menos de 30 gr).Esta medida além de mudar o cardápio, propõe a implantação de um programa educativo interdisciplinar nas escolas.
Na realidade devido os hábitos familiares e vida apressada a alimentação de crianças
e adolescentes muitas vezes baseia-se nos fast-foods (pizza, hambúrguer, enlatados), enfim é necessário aumentar a ingestão frutas, legumes e verduras para suprir os valores nutricionais necessários.

A influência da tecnologia na educação

A mudança contínua das novas tecnologias influencia na forma de vida, trabalho, causando a necessidade de transformação aos processos de ensino e aprendizagem. O uso do fax, computador, além de serviços prestados via satélite mostram que o conhecimento está mais acessível, pois reduz as fronteiras do espaço e do tempo.
É difícil imaginar nos dias de hoje o uso de máquinas de escrever, ao invés de computadores, já que alguns modelos são encontrados no museu histórico. Ou então trocar o e-mail pelo sistema de cartas. Quanto tempo perderia a espera de uma resposta que agora chega dentro de alguns segundos.
Cada vez mais escolas e faculdades investem em novas tecnologias multimídia para transmitir idéias, descrever objetos e outras informações em seus trabalhos. Hoje os computadores são sofisticados e transformados em algo próximo, pessoal e móvel. A crescente renovação e disponibilidade da tecnologia nas instituições de ensino permitirão um aprendizado mais individualizado afetando de forma direta o sistema educacional. Sendo assim o professor terá a função de mentor do aprendizado, não apenas a fonte dos conhecimentos.A tecnologia proporciona aos estudantes trabalharem em diferentes níveis e medir a qualidade do aprendizado.
O maior desafio da atualidade está em aprender a adaptar-se às mudanças com o mínimo de esforço físico ou mental, sendo importante preparar a população para trabalhas com os novos equipamentos, superar as mudanças constantes nas novas formas de trabalho, tornando o aprendizado um processo natural e permanente que atenda as exigências do mercado de trabalho.

A relação professor e aluno

Nosso objetivo é ressaltar a relação professor-aluno, e lembrar sempre que educadores devem ser facilitadores da aprendizagem.
O educador tem que ser um conhecedor, ter uma visão ampla global das situações, e assim criar, para não mais se prender a blocos fechados e verdades prontas.Ao proporcionar reais situações com o conhecimento, o professor possibilita um caminho de elaboração e apropriação ao aluno, com isso eles vivenciam situações vivas e ricas de conhecimento, e ainda assim, buscar compreender a interação dos fenômenos da realidade.
Nossos educadores por serem facilitadores, deverão também orientar no processo ensino-aprendizagem.
Os educadores, junto à escola deve procurar através de sua proposta eliminar os mecanismos que produzem a exclusão social e cultural, fazendo com que a própria escola se torne democrática e inclusiva.
Fazer sempre uma reflexão de todos os seus métodos avaliativos, dar ao aluno trabalhos diversificados, desafiando-os a colocarem em prática toda sua bagagem, e fazer com eles se sintam capazes de aprender.
No entanto, desde de pequenas, a valorização de seu esforço e comentários a respeito de como constroem e se apropriam desse conhecimento são atitudes que as encorajam e as estimulam à própria aprendizagem.
E nunca se esquecer que temos um novo contexto, uma ideologia que facilita sempre a reprodução e o senso acrítico desses educandos.

domingo, 24 de junho de 2007

ENTREVISTA: SAMUEL GACHET

Samuel Gachet é psicólogo e nesta entrevista fala sobre a invisibilidade social, tema da reportagem feita por mim e por Vivian Fernanda Garcia da Costa para o jornal laboratório do Centro Universitário Barão de Mauá e que está postada aqui no blog. Essa discução é de extrema importância, pois vemos cada vez mais a maneira como o preconceito se insere na sociedade brasileira de maneira invisível.

Porque pessoas que pertecem a um "nível social melhor" têm dificuldade em enxergar pessoas que estão em uma "escala social inferior"?
Gachet: O sistema Capitalista sobrevive sob a lei do mais valia onde para que um ganhe, é imediatamente necessário que outro perca. Desse modo a população de baixa renda é vista com um vasto mercado consumidor, e essa é sua única forma de visibilidade. A segregação de minorias sofre uma inversão no aspecto econômico; a maioria da população humana que constitui a “escala social inferior” é vista apenas como um todo, como uma massa enorme com potencial de compra, porque mesmo muitas vezes vivendo em situação de miséria é responsável pela manutenção do mercado e da indústria cultural. Isso faz com que a minoria (rica) seja sectária e a maioria (pobre) seja segregada.Quando os constituintes dessa massa são individualizados, sofrem com a invisibilidade social. Ser invisível é sofrer a indiferença, é não ter importância. Quanto mais a dita classe A se isola em seus benefícios oriundos do capital, mais torna os indivíduos invisíveis; condomínios habitacionais, carros blindados, hospitais e colégios privados, são exemplos clássicos de isolamento da população com poucas “condições financeiras”.

Há algum fator determinante para que se desenvolva essa indiferença emalgumas pessoas, ou seja, o meio social ou cultural influencia na invisibilidadesocial?
G: As pessoas são constantemente influenciadas pelo meio social em que vivem, seus comportamentos são instalados e podem ser repetidos graças as contingências em que o indivíduo ou grupo social está exposto, e esse indivíduo e/ ou grupo social podem interagir com seu meio social. O problema ocorre quando grupos sociais começam estabelecer comportamentos supersticiosos e preconceituosos, como as afirmações de que “pobre é vagabundo” e que os “médicos são superiores”.Não há um único fator determinante, mas diversas práticas culturais, em sua maioria ligadas a fatores econômicos: “não compensa olhar para os invisíveis”Interessante frisar, que os indivíduos são invisíveis mas o grupo ao qual pertencem constituem nicho mercadológico em potencial como por exemplo a “indústria da seca” no nordeste brasileiro e a “indústria da violência” nos grandes centros urbanos.

Existe uma faixa etária em que a invisibilidade social ocorre com maiorintensidade?
G: A invisibilidade social atinge principalmente indivíduos que não pertencem ainda, ou não pertencem mais ao mercado de trabalho, ou seja, crianças, adolescentes e idosos.A indiferença é ainda potencializada pela classe social menos favorecida, por exemplo, crianças e idosos pobres e pelas condições de vida, como crianças e idosos pobres em situação de rua.O Brasil teve grandes avanços com a criação dos Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente (ECA), mas os mecanismos de efetivação de direitos ainda são falhos e a indiferença já está tão estabelecida e enraizada que os próprios seres de direitos não conseguem se impor, mesmo com um código de leis em mãos.O preconceito que gera invisibilidade se estende a tudo o que está fora dos padrões de vida das classes sectárias, e vai muito além das questões de idade. Muitos são os indivíduos que sofrem com a invisibilidade social, como por exemplo, profissionais do sexo, pedintes, usuários de drogas, trabalhadores rurais, portadores de necessidades especiais, homossexuais, etc.O indivíduo culturalmente cego (que não vê os invisíveis) transita e se mistura constantemente com os invisíveis, mas ignora seu potencial transformador e sua capacidade de aceitação e entendimento.

De que maneira a vida das pessoas que são vistas como "invisíveis" é mudada por causa dessa indiferença?
G: Buscamos constantemente reforçadores sociais, queremos ser notados e receber algo em troca do que fazemos. “Aparecer” é ser importante para a espécie humana, ser valorizado de alguma forma é parte integrante de nossa passagem pela vida, temos que ser alguém, um bom profissional, um bom estudante, um bom pai, uma boa mãe, enfim, desempenhar com louvor algum papel social. A invisibilidade social causa um bloqueio nessa conquista, “não sou notado por ninguém, logo buscarei outros reforçadores”.Assim, a invisibilidade social pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação da condição de “ninguém”, mas também pode levar a mobilização e organização da massa segregada. Assim vemos esses antônimos em nosso cotidiano, ou se é organizado para conseguir visibilidade ou se está fadado a um futuro sem ideais.Temos centenas de exemplos de organizações de invisíveis em nossa nação. O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a Central Única de Favelas (CUFA), Fóruns Nacionais, Estaduais e Municipais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, os Conselhos do Idoso, o Movimento GLBTT (Diversidade Sexual) e outros mostram que muitos que antes eram apenas vistos como uma massa consumidora agora ganham espaço como seres de direitos.Outras formas também organizadas, porém violentas são ainda reflexo da invisibilidade social, como o crime organizado (PCC e CV) e as rebeliões em unidades da FEBEM, isso prova que a invisibilidade social não afeta e transforma apenas a vida das vítimas, afeta também a vida dos vitimizadores, os “cegos”.A invisibilidade social já está cotidianamente estabelecida e estamos de uma forma devastadora nos acostumando a ela, passar por um pedinte na rua ou observar uma criança “cheirando cola” em uma esquina é algo corriqueiro em nossas vidas e aceitar isso é fraturar os direitos humanos, é preciso não só “ver” esses invisíveis, mas é preciso “olhar” para eles e “sentir”junto com eles, é preciso “colocar óculos em toda humanidade”.

sábado, 23 de junho de 2007

Progressão Continuada

Gostaria de expressar todas perspectivas e compromisso com a construção de uma ordem social mais solidária e democrática. Quero enfocar a situação crítica em que se encontra nossa educação.
Explicitaremos então, mudanças significativas ocorridas em nosso sistema de ensino e voltando para a década de 90, falemos um pouco da nossa progressão continuada, pois ao mesmo tempo em que o fenômeno da globalização dilui fronteiras e padroniza condutas e modos de vida e consumo, as fontes de informação se multiplicaram rapidamente em tempos de mudanças aceleradas e passa a prevalecer na sociedade contemporânea, a idéia do conhecimento em rede, a escola deixa de ter papel tão marcado na pura transmissão do conhecimento, devendo transformar-se numa facilitadora do manejo de informações pelos alunos.
Será que esse discurso realmente prevalece em nossas escolas?
De onde surgem nossas inovações?
Pois sabemos, que em nossa cultura política, o Estado, os governos, os grupos técnicos políticos e intelectuais e, recentemente, até organizações privadas, definem o que convém a sociedade, as famílias, e as escolas.
E dessa forma quem indagaremos?
Toda inovação social cultural ou pedagógica será sempre iniciativa de um grupo iluminado modernizante, que direciona toda e qualquer mudança social?
Somos tidos como desqualificados, nunca nos consideram como prontos e qualificados, assim as mudanças e inovações, sempre estarão no intuito de renovar a escola de fora.
Quando será superada essa visão preconceituosa e elitista?
E temos viabilidade e consciência para afirmar, que a mudança só virá se houver uma construção coletiva.
Então se o objetivo da progressão continuada é a diminuição da evasão escolar e da repetência, o que será mais importante à quantidade de alunos dentro da escola, ou a formação qualitativa desses alunos?
E para que haja uma verdadeira reforma curricular, é preciso que ocorra uma interação entre os que fazem a educação os professores, e os que pensam a educação os teóricos, nós não devemos ser tido como meros reprodutores, devemos nos considerar como sujeito e a escola como local que transita saberes, nosso papel é formar pessoas críticas de forma emancipatória.
E é por isso que afirmamos, mudanças e inovações, só acontecerão de forma correta, quando as políticas educacionais e curriculares, estiverem orientadas por novos interesses sociais e políticos, e quando nós todos tivermos consciência que temos, que precisamos reverter essa lógica econômica que predominava ontem, que está predominando hoje, e se nada for feito predominará amanhã.

Alunos de Jornalismo da Barão desenvolvem projeto sobre a Casa das Mangueiras

Os formandos do ano passado fizeram um resgate histórico do trabalho realizado pela Casa em seus 33 anos.

Mateus de Lucca Constantino
Vivian Fernanda Garcia da Costa

O trabalho de conclusão de curso, mais conhecido como TCC, realizado todos os anos para que os alunos possam obter o grau de bacharel em Comunicação Social, teve em um dos 16 projetos apresentados no ano passado o resgate da história de 33 anos da Casa das Mangueiras, que visa o acolhimento e a educação de crianças e adolescentes em situação de risco social.
A escolha do tema “foi motivada pelo fato de ser atual e de grande importância para a sociedade”, declara Murilo Bereta, jornalista, membro do grupo que resgatou a história da Casa das Mangueiras junto com Danilo Scochi, José Olávio e Marcos Brunelli
Os alunos fizeram um trabalho em que puderam exercitar a pesquisa e ainda, ter como experiência a prática do jornalismo social. José Olávio, hoje jornalista formado e editor da EPTV, afiliada da Rede Globo, lembra das dificuldades no desenvolvimento do trabalho. “Como todos trabalhavam tivemos que dividir cada etapa do projeto e sempre trocávamos informações por telefone ou e-mail”, comenta.
Para o grupo enfatizar a responsabilidade social seria algo inusitado. Eles deram andamento ao trabalho depois de várias pesquisas e levantamento de dados sobre a Casa das Mangueiras, para eles era necessário que de imediato soubessem exatamente como era o funcionamento de uma Ong (Organização não Governamental).
“Em um bom trabalho de conclusão de curso é fundamental conhecer a fundo o assunto a ser pesquisado, é preciso levantar dados, pesquisar sobre eles, desenvolver idéias e juntar provas”, conta Marcos Brunelli, editor de imagens da EPTV.
Empenhar-se em um trabalho como esse fez com que o grupo pudesse enxergar um local sério que trabalha há trinta e três anos em prol de crianças carentes. Murilo conta que se sentia uma formiguinha diante de uma mulher como Sueli Danhone, coordenadora e fundadora do projeto. “Sueli dedicou uma vida inteira para ajudar o próximo”.
Após leitura e pesquisas, o TCC, segue rumos diferentes, primeiro eles fizeram um estudo sobre as Ong’s, depois sobre o regime militar, que na época fazia parte do contexto vivenciado, fizeram pesquisa sobre a periferia do Jardim Ipiranga, local onde foi construída a Casa, e por fim o grupo realizou um levantamento da documentação arquivada, “queríamos resgatar alguns personagens da Casa e saber o que havia acontecido com eles”, revela Murilo.
Dentre as opções de trabalho para a apresentação, o grupo optou em fazer uma revista e um documentário. Segundo José Olávio houve a necessidade de se começar a trabalhar primeiro a revista, pois era o veículo de comunicação que tinham menos experiência. O único do grupo que já havia trabalhado com material impresso era o Danilo, “deixamos o documentário para o final porque era uma linguagem a qual dominávamos”, revela José Olávio.
“O resgate histórico de 33 anos da Casa das Mangueiras nos possibilitou uma experiência rica em fatos e histórias que guardaremos por muitos anos”, finaliza Murilo Bereta.

A Casa

A Casa das Mangueiras foi criada em 1973, uma parceria entre um grupo de defensores de direitos humanos e da comunidade de Ribeirão Preto. Tornou-se, para os jovens, um espaço de socialização e aprendizagem.
Para continuar a se manter, a Ong conta com o apoio de empresas da cidade no desenvolvimento dos projetos de reciclagem, oficinas de artesanato, curso de treinamento profissional e outras atividades que ajudam a integrar o jovem à sociedade.
De acordo com Marcos Brunelli a coordenadora da Casa, Sueli Danhone, enfrentou um governo rígido que não cogitava ajuda a entidade.
“Com a dignidade que é peculiar à Sueli, ela batalhou e conseguiu colocar o nome da Casa num patamar mais elevado que muitas outras organizações que nasceram maiores, porém, ainda estão num processo de engatinhamento”, declara Brunelli.
As ações realizadas na Casa representam um projeto social, que conta com a colaboração de voluntários, procurando atender demandas sociais de uma parcela da comunidade carente do bairro Ipiranga, periferia de Ribeirão.
O objetivo da Casa das Mangueiras não é ser assistencialista, e sim contribuir na formação profissional e na educação dos jovens que lá freqüentam. Sueli e sua equipe lutaram contra o preconceito, a rebeldia e o desdém de muita gente, mas conseguiram trazer conforto e dignidade a muitas crianças e adolescentes,ressalta o grupo.

Invisibilidade social: preconceito que gera discriminação

Ser invisível é sofrer a indiferença, é não ter importância. Essa maneira de discriminação está cada vez mais inserida na sociedade.


Vivian Fernanda Garcia da Costa
Mateus de Lucca Constantino

A invisibilidade social é um conceito aplicado a seres socialmente invisíveis, seja pela indiferença ou pelo preconceito. No livro “Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social”, o psicólogo Fernando Braga da Costa conseguiu comprovar a existência da invisibilidade pública, por meio de uma mudança de personalidade. Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari na Universidade de São Paulo. Segundo ele, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis, sem nome”.
Há vários fatores que podem contribuir para que essa invisibilidade ocorra: sociais, culturais, econômicos e estéticos.
De acordo com psicólogo Samuel Gachet a invisibilidade pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação da condição de “ninguém”, mas também pode levar a mobilização e organização da minoria discriminada.

Massa invisível
Um dos principais causadores da invisibilidade é a questão econômica. “O sistema capitalista sobrevive sob a lei do mais valia, na qual para que um ganhe é imediatamente necessário que outro perca. Desse modo a população de baixa renda é vista como um vasto mercado consumidor, e essa é sua única forma de visibilidade”, explica Gachet.
Para a universitária Sabrina Ribeiro Rodrigues a invisibilidade não só é provocada pelo fator econômico. “A educação familiar é determinante para a maneira como as pessoas tratam o outro”, completa.
A bibliotecária Marlene Araújo acrescenta ainda que existe preconceito com as pessoas que não estão adequadas aos padrões de beleza. “Se fosse loira, alta e de olhos claros, com certeza me tratariam de outra maneira”, ressalta.
“Para mim o fator econômico não é o principal causador da invisibilidade social, e sim o status que adquirimos diante da sociedade. Se um professor de uma faculdade particular aqui do Brasil estiver em uma faculdade renomada como a de Harvard também se sentirá invisível”, explica a universitária Vanessa Evangelista.
Segundo Gachet o preconceito que gera invisibilidade se estende a tudo o que está fora dos padrões de vida das classes hierarquicamente superiores. Muitos são os indivíduos que sofrem com a invisibilidade social, como por exemplo, profissionais do sexo, pedintes, usuários de drogas, trabalhadores rurais, portadores de necessidades especiais e homossexuais.

Conseqüências
A invisibilidade social provoca sentimentos de desprezo e humilhação em indivíduos que com ela convivem. De acordo com Gachet ser invisível pode levar as pessoas a processos depressivos. “‘Aparecer’ é ser importante para a espécie humana, ser valorizado de alguma forma é parte integrante de nossa passagem pela vida, temos que ser alguém, um bom profissional, um bom estudante, um bom pai, uma boa mãe, enfim, desempenhar com louvor algum papel social”, diz.
Outra conseqüência dessa invisibilidade é a mobilização dos “invisíveis”, grupos de pessoas que se juntam para conseguir “aparecer” perante a sociedade. Muitos são os exemplos desses grupos: MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem terra), a Central Única de Favelas (CUFA), fóruns nacionais, estaduais e municipais de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Esses grupos também podem ser encontrados no crime organizado, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho).
A invisibilidade social já está cotidianamente estabelecida e a sociedade acostumou-se a ela, passar por um pedinte na rua ou observar uma criança “cheirando cola” em uma esquina é algo corriqueiro na vida social, segundo Gachet aceitar isso é violar os direitos humanos. “É preciso não só ver esses invisíveis, mas é preciso olhar para eles e sentir junto com eles, é preciso ‘colocar óculos em toda humanidade’”, finaliza.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Para quem educamos?

Atualmente estamos inseridos em um contexto, onde as facilidades do mundo moderno nos rodeiam, onde informações são veiculadas de forma muito rápida, onde enfim, tudo é propositalmente muito ágil.
Devemos nos atentar a atual situação educacional brasileira, e devemos sempre ser críticos e severos, diante, não somente das políticas educacionais, mas sim quais são os seus objetivos e se eles estão sendo alcançados.
O ato de educar não deverá ser reduzido somente ao espaço físico da sala de aula, o aluno deverá ser instigado a todo o momento a pensar sobre sua importância no contexto social, deverá aprender a ser mais questionador e ativo dentro da nossa sociedade.
Para quem estamos educando, é uma pergunta que não cala e deverá ser feita a todos os educadores.Eles têm nas mãos a responsabilidade social de educar cidadãos que tenham sede de mudança, que possam acreditar que mesmo com as dificuldades ainda vale a pena acreditar em uma educação emancipatória.
Esta educação deve estar desvinculada de nosso modelo vigente deve levar em sua essência a mudança, deve acordar a sociedade desse “conformismo descabido”.
Contudo educar é um ato muito maior que o simples fato de se ensinar a ler e a escrever, o dever maior é se ensinar a ler o que está escrito nas entrelinhas, é ensinar a interpretar o que acontece ao seu redor. E finalmente é ensinar que não devemos ser passivos aos acontecimentos.