sábado, 23 de junho de 2007

Alunos de Jornalismo da Barão desenvolvem projeto sobre a Casa das Mangueiras

Os formandos do ano passado fizeram um resgate histórico do trabalho realizado pela Casa em seus 33 anos.

Mateus de Lucca Constantino
Vivian Fernanda Garcia da Costa

O trabalho de conclusão de curso, mais conhecido como TCC, realizado todos os anos para que os alunos possam obter o grau de bacharel em Comunicação Social, teve em um dos 16 projetos apresentados no ano passado o resgate da história de 33 anos da Casa das Mangueiras, que visa o acolhimento e a educação de crianças e adolescentes em situação de risco social.
A escolha do tema “foi motivada pelo fato de ser atual e de grande importância para a sociedade”, declara Murilo Bereta, jornalista, membro do grupo que resgatou a história da Casa das Mangueiras junto com Danilo Scochi, José Olávio e Marcos Brunelli
Os alunos fizeram um trabalho em que puderam exercitar a pesquisa e ainda, ter como experiência a prática do jornalismo social. José Olávio, hoje jornalista formado e editor da EPTV, afiliada da Rede Globo, lembra das dificuldades no desenvolvimento do trabalho. “Como todos trabalhavam tivemos que dividir cada etapa do projeto e sempre trocávamos informações por telefone ou e-mail”, comenta.
Para o grupo enfatizar a responsabilidade social seria algo inusitado. Eles deram andamento ao trabalho depois de várias pesquisas e levantamento de dados sobre a Casa das Mangueiras, para eles era necessário que de imediato soubessem exatamente como era o funcionamento de uma Ong (Organização não Governamental).
“Em um bom trabalho de conclusão de curso é fundamental conhecer a fundo o assunto a ser pesquisado, é preciso levantar dados, pesquisar sobre eles, desenvolver idéias e juntar provas”, conta Marcos Brunelli, editor de imagens da EPTV.
Empenhar-se em um trabalho como esse fez com que o grupo pudesse enxergar um local sério que trabalha há trinta e três anos em prol de crianças carentes. Murilo conta que se sentia uma formiguinha diante de uma mulher como Sueli Danhone, coordenadora e fundadora do projeto. “Sueli dedicou uma vida inteira para ajudar o próximo”.
Após leitura e pesquisas, o TCC, segue rumos diferentes, primeiro eles fizeram um estudo sobre as Ong’s, depois sobre o regime militar, que na época fazia parte do contexto vivenciado, fizeram pesquisa sobre a periferia do Jardim Ipiranga, local onde foi construída a Casa, e por fim o grupo realizou um levantamento da documentação arquivada, “queríamos resgatar alguns personagens da Casa e saber o que havia acontecido com eles”, revela Murilo.
Dentre as opções de trabalho para a apresentação, o grupo optou em fazer uma revista e um documentário. Segundo José Olávio houve a necessidade de se começar a trabalhar primeiro a revista, pois era o veículo de comunicação que tinham menos experiência. O único do grupo que já havia trabalhado com material impresso era o Danilo, “deixamos o documentário para o final porque era uma linguagem a qual dominávamos”, revela José Olávio.
“O resgate histórico de 33 anos da Casa das Mangueiras nos possibilitou uma experiência rica em fatos e histórias que guardaremos por muitos anos”, finaliza Murilo Bereta.

A Casa

A Casa das Mangueiras foi criada em 1973, uma parceria entre um grupo de defensores de direitos humanos e da comunidade de Ribeirão Preto. Tornou-se, para os jovens, um espaço de socialização e aprendizagem.
Para continuar a se manter, a Ong conta com o apoio de empresas da cidade no desenvolvimento dos projetos de reciclagem, oficinas de artesanato, curso de treinamento profissional e outras atividades que ajudam a integrar o jovem à sociedade.
De acordo com Marcos Brunelli a coordenadora da Casa, Sueli Danhone, enfrentou um governo rígido que não cogitava ajuda a entidade.
“Com a dignidade que é peculiar à Sueli, ela batalhou e conseguiu colocar o nome da Casa num patamar mais elevado que muitas outras organizações que nasceram maiores, porém, ainda estão num processo de engatinhamento”, declara Brunelli.
As ações realizadas na Casa representam um projeto social, que conta com a colaboração de voluntários, procurando atender demandas sociais de uma parcela da comunidade carente do bairro Ipiranga, periferia de Ribeirão.
O objetivo da Casa das Mangueiras não é ser assistencialista, e sim contribuir na formação profissional e na educação dos jovens que lá freqüentam. Sueli e sua equipe lutaram contra o preconceito, a rebeldia e o desdém de muita gente, mas conseguiram trazer conforto e dignidade a muitas crianças e adolescentes,ressalta o grupo.

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